Flash Clown-ESTÓRIAS DE BÔBOS
Uma montagem de Carlos bartolomeu
ELENCO CALIXTO NETO Paganino
FRANCISCO ALEXANDRINO Bobô
IRANDHIR CLERISTON Manivela
O CORAÇÃO OCULTO
O coração das artes cênicas é o Espetáculo. A atuação e a voz da atuação, encenadores e o público reunidos formam uma unicidade indissolúvel: a representação, o Espetáculo.
Gesto e Dança são a essência do Drama, e o texto escrito, um recurso por vezes, demasiado enfático.
A literatura dramática pretende o eterno, as artes plásticas ligadas a cena teatral, música e, todo aquele suporte que supõe a humana noção de durabilidade, aspiram o sempre.
Apenas o espetáculo em sua temporalidade, aceita a dissolução, o fim.
O espetáculo, na arquitetura da não permanência se irradia, se dilui e se preserva.
É no contínuo de vida e morte que ele extrai sua vitalidade. É na esperança de que a vida, não incluindo desfechos insolúveis, acende a poesia e restabelece o prosseguir.
O espetáculo fingindo repetir-se, interpreta positivamente a humana aspiração de encontro com a essência superior.
Este trabalho sobre a gestualidade (!) de CLOWNS e CLÓVIS, AUGUSTOS E BRANCOS, mimando trejeitos populares e os das elites, teima na reverente obsessão de apreender nos corpos humanos, o lirismo. Aplica-se a recuperar no discurso das brincadeiras selvagens da programação trash da TV, o que de humanamente terno possa estar oculto.
No lixo e no periférico há poesia, ao menos, possibilidades dela. Aceitar a sombra é pressagiar a luz.
Quem tiver olhos, veja...
Carlos Bartolomeu
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