28 de mai. de 2009

  • LIÇÕES DA MEMÓRIA (!)


    (...) a necessidade premente, às vezes, de cortejar o ambíguo, como servidor do tempo de uma produção, auxiliar na interpretação do ator, de uma personagem, tomá-lo como recurso, enfim.
    Exemplo disso, a personagem do Imperador, em O arquiteto e o Imperador da Assíria de Arrabal. Na tentativa de transmitir a "loquacidade" de determinado movimento dessa personagem, me vi compelido a reprisar para atriz Magdale Alves, uma versão muito particular dos Grandes Balés Russos. (A versão nasceu, a partir da recordação de uma cena de dança, em Mulheres Apaixonadas de Ken Russel. )
    Até hoje, guardo o desconfiadíssimo olhar da atriz, sobre essa minha fabulação.
    Creio, ter valido a pena. A cena ficou assim: a atriz impulsionava o corpo pra cima, batendo duramente, ambos os pés. Realizava um giro completo com o corpo e frontalmente se abria em "X", para o público.
  • O efeito era singular e um desconfiadíssimo olhar produzia o efeito de insegurança, realçando a ilusionista dimensão do poder no Imperador.

    In FIXANDO O FUGIDIO - carlos bartolomeu
(Magdale Alves e Qéops vasconcelos - O Arquiteto e o Imperador da Assíria)

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