28 de jun. de 2009





SENTINDO o sentido






Visitando a memória, dissolvo minha vacilante visão do passado. O ido me reinicia, convoca um retorno a pontos diversos da narrativa.




A unicidade inspira através do multiplo, levando-me a compreensão de que ao final, o erro foi a solução, nunca o entrave.




A memória reinventada pelo perdão, me ensina a lidar como o acolhimento de mim mesmo, sendo a expressão dinâmica da aceitação. A amorosidade encontra um lugar sagrado onde antes habitava perdas e preconceitos.




O espaço onde habita toda alma é sempre o presente. O lugar da vida é mesmo o aqui.




Tudo e nada se conjugam como elementos essenciais ante a luz da presença. A idade do feliz é sempre no agora. Reinvente-se nele.




A plenitude revela-se na suavidade. Toda força advém da fragilidade, e isto é o fruto daquilo que nunca precisará ser procurado ou submetido porque vive em nós, existe por nós, e todos os dias nos ilumina o desafio de continua mudando, nos desapegando do limite e ilusão.




O inconfundível perfil da eternidade joga assim conosco, surpreendentemente cresce com nossa humanidade. Amorosamente abraça aquele que não se reconhece, e nos revela dentro da luz e sombra uma outra possibilidade, a penumbra, o entardecer. Percebe o todo que o significado de tudo isso é apenas passagem.




Luz, dia, noite, obscuridade. Plenitude e vazio. Os acidentes da racionalidade excessiva. A mística desenfreada da santidade. A carne exposta e o silencioso recolhimento. Tudo, e o mais que por trás se esconda, são por princípio, caminho, aprendizado. E o caminho só termina no início. O início não tem fim.

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