23 de set. de 2008


QUANDO AQUILES SANGROU ou As Tuas Mãos Onde Estão?

(novo texto teatral de Carlos Bartolomeu)


"Parte de mim, mais generosa é otimista, me obriga a reconhecer que eu não o perdi. Aprendo que o sentimento permanece em seu apenas sentir. Será isso a verdadeira possibilidade de continuar amando, quando acabado? Sentir, apenas. Sentir não é perda, é de fato a iluminação.
Deixei-me ruir, e a construção apareceu. Vejo a realidade, embora, apesar de tudo eu preferisse não aceitá-la e imaginar outra coisa; imaginá-lo dizendo meu nome: Aquiles, Aquiles, Aquiles.

(...)

A flecha arrancada do meu ponto fraco, do meu calcanhar, do meu orgulho, ego-coração. Eu correndo, trêmulo de medo da visitação do Amor, Eros, Afrodite, e sabendo que desta vez, eu não poderia fingir que não sabia amar, que não conseguiria enfrentar minha dissolução perante tal visita. Eu permaneci! Olhe e me veja, agora. Sou eu.

Ai, saber que cada adeus amoroso é uma morte pequena, anunciação da maior. Ai, saber que cada entrega amorosa é a vitória da Vida. Eternidade pessoal."

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